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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Avaliação do Portifólio

A finalidade de construção desse blog ( Portifólio Eletrônico) é de podermos vivenciar na prática como ocorre a avaliação formativa e assim podermos desenvolver essa forma de avaliação com nossos futuros alunos.
Bem, creio que essa forma de avaliação me auxiliou bastante a desenvolver a minha reflexão sobre as aprendizagens dos textos lidos em sala de aula. O papel do professor de medior também é importante para que esse progresso ocorra, retirar a visão de avaliação tradicional, classificatória e dar continuidade e participação do aluno no processo de desenvolvimento da aprendizagem, pois ele pode reescrever suas postagens quantas vezes achar necessário ampliando suas produções.
No início foi complicado utilizar essa ferramenta eletrônica, pois tinha dificuldade em manusear, como por exemplo colocar fotos, vídeos,etc. Porém, as dificuldades foram superadas e posso dizer que avançei bastante tanto nas reflexões quanto na utilização das ferramentas.
Através da minha auto-avaliação mediada pelo professor pude progredir na reflexão dos conceitos, tematizando-os fazendo pontes com outras disciplinas e conhecimentos.
Logo, acredito ter contemplado todos os descritores, principalmente o específico.
O Portifólio Eletrônico foi uma forma diferente de avaliação que na faculdade até o momento não sabia que existia. A partir dessa experiência certamente mudarei a forma de avaliar e até ultilizá-lo na prática. Essa construção só foi possível graças a parceria do aluno com o professor por isso que ele é tão importante nesse processo, ambos são resposnsáveis por essa construção do conhecimento.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Considerações finais

Após discutirmos todos esses textos foi destacado os processos iniciais de escrita e leitura e seu desenvolvimento na criança de 0-6 anos, conhecemos como se dá esse processo e a construção do conhecimento da criança. Vimos o quanto é importante que o professor compreenda que sua prática deve ser mediada através da realidade, bagagem e os conhecimentos que os pequenos já possuem. O papel do professor é de contribuir para que a criança se insira no mundo da escrita, por isso este deve entender que a criança já tem um ambiente cultural de leitura e escrita(mesmo que seja pouco). Sendo assim, o docente deve utilizar isso para pensar, refletir e contruir uma proposta de trabalho que seja mais apropriada para sua classe.
As contribuições de Emília Ferreiro servem para que nós profissionais da educação reflitamos que através das hipóteses de escrita e cada fase que elas passam( algumas demoram mais e outras podem estar em níveis intermediários de cada fase) fica melhor para enterdermos os processos e desenvolvimento da escrita nas crianças. Quando estava trabalhando no projeto da Escola Aberta no município de Nova Iguaçu fiz o diaginóstico com palavras da realidade deles e começei com palavras monossílabas, depois dissílabas, trissílabas e polissílabas para verificar qual nível de conhecimentos deles. Isso me ajudou bastante, pois foi mais fácil conduzirminha prática para que todos conseguissem se desenvolver. Posso disser que o resultato foi muito satisfatório porque a maioria conseguiu avançar e alguns que estavam na 3ª série e não tinham comecinhemto do afabeto já estavam interpretando textos e escrevendo.
É importante que o docente reflita criticamente sobre esses processos, sua prática, o currículo, afim de construir metodologias adapatadas à realidade das crianças para desenvolver sua prática na sala de aula.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

Hipóteses de Alfabetização



Oi amigos, estamos lendo os textos “ Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem” de Emilia Ferreiro e "A construção do conhecimento sobre a escrita" de Ana Teberosky e Teresa Colomer. Os textos abordam a organização, as hipóteses de escrita das crianças na alfabetização.
As formas tradicionais de tratar a educação vêem a criança como um receptor passivo de informações, transforma a alfabetização em um ato de codificar e decodificar a fala e a escrita de sílabas, palavras descontextualizadas, retirando o prazer de ler e escrever e sua função social. Atualmente essas práticas estão sendo questionadas pelas idéias de Emilia Ferreiro em uma abordagem construtivista-interacionista da aprendizagem sem dá receitas prontas. Sabemos que cada criança tem um nível cognitivo e um raciocínio lógico próprio para organizar o processo de construção do conhecimento. A criança percebe que além do desenho existe outro modo de representar e começa a fazer uso de letras, números, figuras, pauzinhos e bolinhas. Ela não compreende que a escrita representa o som das palavras e não o objeto a que o nome se refere. Essa etapa é a pré-silábica. Nesse nível a criança começa a perceber as características formais da escrita e constrói hipóteses sobre o que é necessário para escrever e que estes possam se lidos. Ela acredita que é preciso uma “quantidade mínima” de letras, ou seja, o texto que "serve para ler" deve ter no mínimo três ou quatro letras e que a palavra precisa ter várias letras diferentes com alternância- princípios de quantidade mínima e de variação interna. Na hipótese da quantidade mínima a criança conta quantos objetos aparece e representa cada letra para cada elemento.
Ex: Uma criança diz que a palavra Arara não serve para ler porque tem muito A;
Pé não dá porque falta letra;
L5OT não serve porque tem número.
OIA (gatinho)
OAI OAI OAI (gatinhos =3)
Aqui a criança escreveu três vezes a palavra gatinho porque ela contou quantos gatos tinha no desenho.
É necessário destacar que as crianças desenvolvem as hipóteses a partir de seu contato com materiais do seu entorno ou com leitores e escritores, por isso o desenvolvimento das hipóteses se dão pelos conhecimentos anteriores que as crianças possuem e que a partir disso evoluem para novas construções de conhecimento. É a tematização, onde a criança amplia seu conhecimento passando para um nível maior do que já sabe, é a transição do “saber como” para o “saber sobre”. Ela percebe que também o texto tem uma função, uma finalidade- intencionalidade comunicativa, que a escrita é um sistema simbólico e representa os nomes dos objetos e das pessoas ( hipótese do nome). O que está escrito é o que ela acredita que se pode representar por escrito, no caso os nomes, e o que se pode ler é uma interpretação que ela faz do que está escrito, ou seja, ela tem uma dimensão do todo. Quando uma criança faz uso da segmentação silábica ( ela repete várias vezes o nome que irá escrever e descobre as sílabas) já está saindo da hipótese pré-silábica para a silábica.
Na hipótese silábica, a criança através do seu contato com o cotidiano já começa mudar seus critérios, a escrita não representa o objeto a que se refere. Ela percebe que a escrita representa os sons da fala, cada letra uma sílaba oral (hipótese conceitual). Essa fase é conflituosa para criança, pois ela ainda tem o conceito de quantidade mínima e o avanço conceitual. O procedimento operatório é de correspondência um a um, ou seja, a criança faz uma correspondência quantitativa da escrita, ela conta as sílabas da palavra para saber quantas letras são necessárias para escrever. Podemos dizer que nessa fase a criança omite letra, repete sílabas, repete mais de uma sílaba para chegar ao final desejado. Depois o princípio de “quantidade mínina” anda paralelamente ao princípio de “variação interna”, na qual a criança já sabe que com uma letra não dá pra escrever e uma palavra não pode ser lida se for composta de uma mesma letra repetidas vezes. Juntamente a isso tem o valor posicional, uma mesma letra pode funcionar como a primeira letra do nome, como a última e assim por diante. É a relação entre as partes e o todo. As informações que a criança vai recebendo do exterior ocasiona perturbação que segundo Ferreiro (2007) podem ter três reações: a criança pode deixá-la de lado, pode compensá-la ou assimilá-la chegando a equilibração.

O período silábico-alfabético é a transição dos conhecimentos prévios para os que estão sendo construídos, quando a criança começa a reconstruir o sistema de escrita, mas tentando conservar os esquemas que construiu anteriormente, dizemos que ela está emergindo para o nível alfabético.

Nessa fase, procura assegurar em sua escrita a representação de cada fonema pelo grafema. Isso não implica o domínio das normas, mas no início a representação escrita tenta se aproximar da transcrição fonética. A ortografia, os espaços em branco e etc vão sendo assimilados ao longo do processo. A criança descobre novos problemas quantitativo ( não basta uma letra por sílaba e nem duplicando a quantidade de letras pois as letras são escritas com uma, duas ou mais letras) e qualitativo ( o som não garante a identidade da letra e nem o contrário).


Durante anos observamos qual a melhor maneira de ensinar a ler e escrever ou qual é o melhor método, o tradicional, analítico, sintético, global, etc., como se fossem receitas já prontas que é só aplicar. No entanto, temos que mudar nossa visão sobre o processo de leitura e escrita. As crianças não são sujeitos passivos, temos que perceber que a leitura e a escrita já existem fora da sala de aula, no cotidiano dessas crianças e que quanto mais materiais há nos ambientes que se encontram as crianças mais elas ampliarão seus conhecimentos. A criança das camadas médias quando chegam à escola está em um nível mais avançado do processo de leitura e escrita, enquanto a da camada menos favorecida apresenta hipóteses primitivas sobre escrita, não porque seja menos capaz, e sim porque não teve oportunidade de participar de atividades de leitura e escrita. Por isso a instituição de ensino e o professor devem estar atentos aos materiais que trabalham com as crianças, não trabalhando de forma descontextualizada do cotidiano delas, transformando a sala de aula em um ambiente que estimule as várias formas de escrita ( em grupo, duplas ou a classe toda), o acesso aos diversos tipos de textos é fundamental para que ela possa perceber as diferentes linguagens. O processo de letramento depende da maior familiaridade da criança com práticas de leitura e escrita. Muitas vezes as crianças não vêem sentido nas cópias e outros exercícios de grafia. Devemos também levar em consideração as formas de primitivas de escrita e fala, desde do início a criança tem uma intencionalidade de se comunicar e sendo assim ela obtém a aprendizagem gradualmene a partir do que ela constrói e não pela forma de uma simples transmissão do professor.

As crianças precisam entender porque precisam aprender a ler e escrever, qual a finalidade disso, como funciona esse sistema tão complicado para elas, onde são taxadas muitas vezes pelos professores de possuirem dificulade de aprendizagem, preguiçosas, desinteressadas, etc.

E para que isso não continue ocorrendo, o docente precisa conhecer seus alunos, sua realidade, as teorias que embasaram sua prática, ser um professor-pesquisador para assim poder compreender e ajudar no processo mais importante para esses futuros cidadãos: a alfabetização.
Referências Bibliográfica: FERREIO, Emilia. Alfabetização em processo. 18 ed., São Paulo, Cortez, 2007. (p.09-20)
TEBEROSKY, Ana. COLOMER, Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.

sexta-feira, 26 de junho de 2009



Olá amigos!

Estou postando as considerações que sobre o texto FÁVERO, Leonor L. ANDRADE, Maria Lúcia C.V. AQUINO, Zilda G.O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 6 Ed., São Paulo: Cortez, 2007.

Historicamente a escrita sempre teve maior visibilidade dentro dos contextos sociais do que a língua falada (oralidade). Este preconceito passa a ser amenizado a partir de estudos feitos no fim da década de 70 destacando o estudo da conversação.A atividade conversacional necessita de um locutor e um receptor interagindo, pois a partir disto temos a organização do discurso. Tais interlocutores intercalam suas frases em turnos, ou seja, aguardam o momento "especí­fico" para a expressão de cada participante podendo haver interrupções, pausas, hesitações etc. Dentro desta perspectiva podemos destacar encontros simétricos e assimétricos. Um encontro simétrico seria a participação de todos os participantes tendo o mesmo direito de fala ou escolha do assunto a ser debatido. No encontro assimétrico, ocorreria um privilégio a um interlocutor que além de escolher o assunto também poderá direcioná-lo ou encerrá-lo, o que não significa que outras pessoas possam intervir na conversa. Além disso, vale ressaltar que a conversação - seja ela face a face, via telefone, internet - possui um caráter interativo e socializador entre os participantes, inferindo sobre determinado assunto. A coesão e coerência deve ser fator básico na construção textual e oral, pois organiza e dá sequência ao texto. Ventola (1979) propõe uma organização de atividade conversacional, valorizando conversas espontâneas seguindo determinadas variáveis. Seriam elas:


  • Tópico ou assunto: são responsáveis por manter o canal de comunicação entre os participantes do diálogo, cuidando da manutenção das relações sociais.



  • Situação: seria o contexto ou o momento da conversação, ela mantém o canal de comunicação entre os participantes do diálogo. A situação pode vir a modificar a conversação, já que os participantes precisam estar atentos a atitudes verbais e não verbais.



  • Os papéis sociais: É a função que o falante exerce na conversa. São os posicionamentos de acordo com a situação vivida. Em uma sala de aula, por exemplo, você irá usar termos diferentes de uma conversa de bar. Os papéis se alteram conforme os turnos deixando claro o utilização da fala de cada interlocutor, ou seja, a fala pode expressar domí­nio, autoritarismo, democracia etc.



  • O modo do discurso: seria a formalidade ou a informalidade usada de acordo com a intenção da apresentação do discurso. Ex: Conversa entre amigos, reuniões de famí­lia seriam conversas informais, diferente de uma entrevista de emprego, onde usamos uma série de formalidades no discurso.



  • O meio: seria a forma como a comunicação é transmitida. Bilhetes, e-mails, telefonemas são exemplos de diferentes meios (canais) de comunicação.


Já para Dittman (1979) é preciso que existam pelo menos dois falantes interagindo para que exista um texto falado (interação ou socialização entre os participantes, o que não implica que discordâncias ocorram). A troca continua de falantes também é necessária, pois só assim existirá diálogo (a troca de turnos entre os interlocutores possibilita, consequentemente, uma troca de idéias); a sequência de ações coordenadas (comunicação em si, onde cada fala complementaria o diálogo mantendo uma coerência) assim como um determinado tempo na fala para que as idéias sejam absorvidas pelo outro e logo após exista resposta; e por último, o envolvimento numa interação centrada (o que seria o foco assunto). O texto falado tem uma organização de idéias muito parecidas com o texto escrito.A estrutura da conversação se organiza em níveis global e local. A conversação local se organiza por turnos, onde um falante faz seu diálogo. Os interlocutores se alternam e desenvolvem suas falas em sequência podendo haver hesitação, interrupção, sobreposição, etc. Os turnos têm uma relação de continuidade, próxima de falas dos interlocutores, onde o primeiro apresenta uma situação para que o outro possa ocorrer, ou seja, uma pergunta e em seguida uma resposta.


Ex. C1: Vamos brincar?


C2: Vamos! De que?


C1: De amareli...


C2: Há não! Amarelinha não. Vamos brincar de boneca.


Já a global ao mesmo tempo em que a organização da conversação ocorre, ela é conduzida a uma organização global do tópico do discurso, podendo ampliar os turnos gerando desvios de assunto (digressão).


Ex. C1: Eu estou muito feliz.


C2: Por quê?


C1: Vou ao circo hoje com meus pais.


C2: É. Eu também já fui lá... Tem palhaço, elefante, leão...


C1: Por falar em leão, você já foi também ao zoológico?


C2: Não. Não me lembro.


C1: Qualquer dia que eu for lá de novo eu te levo.


C2: Mas, lá no circo que...


O texto falado, bem como o texto escrito, necessita de alguns fatores para constituir a textualidade: a coesão e a coerência. Segundo as autoras Fávero, Andrade e Aquino (2007) no texto conversacional a análise dos elementos de coesão deve ser feita de forma especí­fica. Os recursos coesivos mais frequentes são a coesão referencial, recorrencial ou sequencial.



  • Coesão referencial: é a repetição de uma mesma palavra, seja se referindo a algo ou alguém para que não exista repetições. Essa repetição ajuda a organização tópica.

Ex: "Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores".


"Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma pedra".



  • Coesão recorrencial: há a presença da paráfrase (desenvolvimento do texto sem alteração da idéia original para se obter acepção, sentido).

Ex:"O Brasil. É bonito. É bonito. É bonito."



  • Coesão sequencial: há uma conexão que possibilita uma sequência dentro de uma conversa entre interlocutores com conhecimento prévio do assunto abordado, mesmo em poucas palavras entre os interlocutores nos turnos.

Ex: Daniel: Ontem nós fomos jantar?


Rosa: E....


Daniel: E.... foi muito bom. Ela é muito bacana.


Rosa: Vocês estão?


Daniel: Não, nada a ver somos só amigos.


As autoras apontam quatro elementos básicos que contribuem para a estruturação do texto falado. São eles: o turno, o tópico discursivo, os marcadores conversacionais e o par adjacente.


O turno seria a produção de um falante na conversação. Ocorre alternância dos interlocutores expressando suas idéias, um fala e o outro escuta, porém ás vezes pode haver possibilidade de silencio. Qualquer intervenção de um falante pode-se considerar um turno.


Ex: C1: Olá, como você esta?


C2: Opa , tudo bem. E com você?


C1: Também estou ótimo. Mas me diga, e sua mulher já ganhou o bebê?


C2: Ahh sim, obrigado por perguntar. O bebê esta em seu quinto mês.


O tópico discursivo é o assunto do diálogo. Ele é parte estruturante da conversação, podendo ser explícito ou pressuposto. Apresenta as seguintes propriedades.



  • Centração: o tópico é o conteúdo do discurso com a utilização de elementos explí­citos ou inferidos onde os participantes colaboram para a interação do desenvolvimento textual.



  • Organicidade: o tópico tem a relação sequencial e hierárquica dos assuntos.



  • Delimitação local: o tópico é caracterizado por iní­cio, desenvolvendo e finalização, porém nem sempre é claro. Há marcadores como pausas, hesitações, perguntas, paráfrases, etc. Ex: C1: Não me diga que você já operou?

C2: Sim, operei. Ocorreu tudo bem durante a cirurgia.


C1: E o tempo de recuperação? Quanto será?


C2: Acho que daqui a um mês já posso voltar a trabalhar. Isso segundo o médico.


Os marcadores conversacionais servem para indicar elementos verbais, prosódicos e não-linguí­sticos no diálogo. Podem ser produzidos pelo falante e pelo ouvinte e garantem o desenvolvimento contí­nuo (sequência linear) do discurso, a organização hierárquica do texto a fim de obter uma coesão, auxiliando no desenvolvimento do discurso.


Os marcadores verbais têm funções estruturantes, distribucional e funcional de organização do texto. São subdivididos em marcador simples ( somente uma palavra: interjeição, advérbio, verbo, adjetivo, conjunção, pronome, etc. Ex: agora. Aí­, claro, então); composto ( é objetivo com tendência à permanência. Ex: então daí­, aí depois, quer dizer, etc.); e oracional ( orações apresentadas nos diversos tempos e formas verbais e de orações. Ex: eu acho que, quer dizer, etc.).


Os marcadores prosódicos abrangem entonações (ascendente, descendente, constante), pausas (curtas, médias e longas e propiciam mudança de turno), tom de voz, ritmo, velocidade, alongamentos de vogais, etc. São de origem linguí­stica, mas não verbal apenas se junta a algum marcador verbal.


O Par adjacente é o elemento da interação. Ele organiza, controla as ligações das ações e pode ser o introdutor do tópico do discurso já que estão relacionados. Eles formam uma espécie de dobradinha na conversação (pergunta/resposta, pedido/concordância ou recusa, convite/ aceitação ou recusa etc). Segundo Fávero, "par adjacente e tópico discursivo estão intimamente relacionados, na medida em que a conversação se organiza por meio de tópicos e estes podem se estabelecer através de pares adjacentes". (p. 50) Assim, quando levando em consideração a "dobradinha" pergunta e resposta perceberemos que estas não funcionam aleatoriamente e podem ser utilizadas como: Introdução de tópico (Começar a conversa ou um supertópico); Continuidade de tópico (sequencia da conversa, que também pode ocorrer para pedir informação, confirmação ou esclarecimento, por exemplo); Redirecionamento do tópico (Quando se percebe uma digressão, uma pergunta pode fazer com que se volte ao assunto anteriormente discutido); Mudança de tópico (A pergunta como instrumento para a troca de um assunto que já possa ter se esgotado).

O objetivo deste texto é apresentar ao leitor as principais questões da oralidade e da escrita, oferecendo-lhe o conhecimento atual sobre o assunto e sua aplicabilidade em sala de aula. Trata-se de um auxiliar precioso para todos os que se interessam pelo campo da linguagem verbal.

sábado, 20 de junho de 2009

Alfabetização Oral Sociolinguística



Estamos lendo o texto " Práticas de linguagem oral e alfabetização inicial na escola: perspectiva sociolinguística" de Erik Jacobson. Achei que esse texto é um complemento do "Contexto de Alfabetização na aula" , pois para desenvolvermos as atividades de leitura e escrita temos que levar em consideração a linguagem oral utilizada em casa pelas crianças. E esse texto tem como cerne esta questão, em nosso país tão grande há uma diversidade linguística regional enorme e a escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse comum a todos os alunos e acaba gerando o preconceito linguístico, que é a supervalorização da língua escrita e desprezo da língua falada, e o livro didático juntamente com a gramática e o ensino tradicional contribuem para a persistência no uso da linguagem normativa ou culta. Jacobson usa o termo " múltiplas alfabetizações" para descrever as várias formas de o professor organizar as práticas de leitura e escrita, onde este deve procurar entender essas práticas das crianças em suas casas ou comunidades e não apenas ensinar a codificar. "Se o contexto de alfabetização familiar se parece com o contexto de alfabetização escolar, a transição é mais fácil para os meninos e meninas"(JACOBSON, E. pg. 86). Já que toda atividade letrada tem práticas sociais, a escola é esse lugar de socialização dessas práticas e por isso a importância de a escola fazer uma ponte com a realidade linguística das crianças a fim de elas perceberem que o que estão aprendendo podem de fato utilizar em seu cotidiano. O docente deve colocar situações-problema para que as crianças possam refletir sobre as formas de escrita e fala, mostrar os diferentes contextos, situações que podemos falar e escrever, exemplo: O professor pode dizer ao aluno que ele pode dizer bunito ou bonito, mas que só pode escrever bonito porque é preciso uma única ortografia para toda a língua e isso é importante para que todos possam ler e compreender o que está escrito. É apenas uma tentativa de representação gráfica do que nós falamos. Crianças oriundas de contextos quase analfabetos podem pensar que têm problemas de aprendizagem, mas muitas vezes a escola não valoriza a forma das suas linguagens. O docente e a escola deveriam reconhecer os diversos dicursos de linguagem utilizado pelas crianças.

A leitura de contos é uma prática alfabetizadora de casa e as crianças através dessa leitura já praticam quando escutam e lêem os tipos e gêneros textuais, por isso que é interessante o professor partir dessa realidade a fim de ampliar e mostrar os diversos tipos de textos e formas contextuais na alfabetização. O docente pode identificar quais os textos que as crianças gostam para desenvolver atividades de alfabetização e quem sabe até uma língua estrangeira.

A mudança no uso da linguagem pode trazer mundança na identidade social, sendo assim o professor deve desenvolver seu senso crítico e refletir como os contextos sociais estão vinculados ao poder exercido sobre a linguagem dentro e fora da escola.



Uma dica de leitura é o livro " Preconceito linguístico" de Marcos Bagno, o livro explica os mitos sobre a língua materna e descontroe todo o preconceito linguístico

terça-feira, 9 de junho de 2009

Contextos de Alfabetização



Oi amigos! Vou complementar a postagem da sexta aula sobre quais seriam os contextos de alfabetização em sala de aula para que vocês possam entender melhor como seriam trabalhados esses contextos. Segundo as autoras os contextos são os seguintes:


  • Manipular e olhar os textos: Que podem ser jornais, livros, cartas, rótulos. etc. e de relação entre ações e objetos, pois os textos têm função social, por exemplo, livros com ilustrações são para olhar e ler; dicionários são para consulta de palavras e significados; cartas são para ler e serem respondidas; etc. Assim, as crianças verão que não há apenas conteúdo e que eles podem se apropriar dos objetos de leitura produzindo também textos, já que eles irão verificar as diferenças entre eles.


  • Observar as ações dos adultos: Olhar um livro com ilustrações; consultar o jornal para saber a programação da TV; a agenda telefônica; o manual de montagem de um aparelho; enciclopédias; livros de contos; quadrinhos; etc. O adulto pode explorar os elementos da ilustração questionando-a, além de criar o hábito da leitura, a criança trabalha a inferência, análise, a interpretação( cor, texturas, tamanho, posição, etc.) e compreensão do texto. Assim a criança percebe que a escrita é um processo de interação com o outro e o professor é o mediador desse processo.


  • Escultar a leitura em voz alta feita pelo adulto: Favorece atividades participativas através do diálogo, isto propicia à aprendizagem além de aumentar o vocabulário. Devemos também usar essas novas palavras no dia-a-dia da criança tanto na escola como em casa para que ela insira de maneira significativa a nova palavra no seu vocabulário.

  • Escrever em "voz alta", ditando ao professor: O professor ou os pais servem de "escriba" para a criança produzir textos, participar da produção, já que ela sabe as diferenças entre a linguagem escrita e oral antes de se apropriar da leitura e escrita, poder também expressar seus pensamentos, sentimentos, analisar a linguagem que utilizam. O professor pode fazer perguntas sobre o conteúdo da mensagem, na grafia e grafema, organização do texto, direção da esquerda para a direita, espaço entre as palavras, pontuação, etc. É importante que o professor também escreva histórias pois mostra a funcionalidade da escrita e incentiva as crianças a serem tabém escritoras.
  • De perguntar e receber respostas: Instiga as crianças a obterem informação, elaborar compreensão do que é lido, resolver dúvidas e raciocinar sobre escrita.

  • De suas próprias ações de escrever: imitar a leitura, produzir sua própria escrita e aprendizagem a partir da leitura e da sua própria escrita. Os docentes devem confrontar a criança com a sua escrita, levá-la a pensar se uma palavra pode-se escrever de duas maneiras diferentes, etc.
  • De produzir textos longos: produzir textos que escutaram ou memorizaram e não apenas palavras e listas de palavras.

Esses contextos que os docentes podem exercitar em sala de aula podem fazer da alfabetização uma aprendizagem mais participativa, onde as crianças possam perceber que a leitura e a escrita fazem parte de seu cotidiano e se apropriarem dela com mais sentido.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Avaliação sobre as aulas



Acabamos o texto " Contextos de Alfabetização na sala", no qual me referir no post da sexta aula.


Bem, acho que todos os textos e assuntos debatidos são de grande importância para nossa prática docente: Colocar o educando como sujeito de seu conhecimento; contextualizar a prática às necessidades do aluno para desenvolver sua aprendizagem, levar em consideração seus conhecimentos prévios; incentivar o gosto pela leitura utilizando os gêneros textuais; etc.

As discussões e debates sobre esses temas em sala são esclarecedoras e de muita valia, pois ouvir a experiência de outras pessoas é sempre enriquecedor, mesmo que já tenhamos feito a mesma matéria. Ninguém sabe tudo, todos nós sabemos alguma coisa e sempre temos algo a ensinar e aprender! Sobre o método de avaliação, acho a idéia do blog legal e interessante, verifiquei "navegando" pela net que muitos utilizam o blog como avaliação formativa, e como uma forma de difundir seus conhecimentos (como docentes), porém acho que essa forma de avaliação ainda não está bem adaptada à nossa turma tendo em vista que muitos estão enrolados com monografia, estágio e trabalho... Ouço muitas pessoas reclamando que não tem tempo de postar suas reflexões semanalmente e que não sabem manusear as ferramentas, como eu. Concordo que tudo é um processo e que estamos construindo nosso aprendizado e que o professor deve estar atento as dificuldades e necessidades dos seus alunos para poder, da melhor maneira, contribuir para que o desenvolvimento da aprendizagem e que esta se dê da melhor maneira.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Avaliação Formativa



A avaliação durante décadas foi um intrumento ameaçador, autoritário, de poder, onde o professor apenas quatificava o que o aluno aprendeu ou decorou reprovando ou aprovando. Me lembro na época que estudava no ginásio ( da 5ª- 8ª série) , agora 6º- 9º ano do Ensino Fundamental, que minha turma elaborava questionários para estudar e ficávamos decorando aquelas respostas sem entender nada porque para nós o que importava era tirar nota alta, na maioria das vezes a "cola" era a solução dos problemas, na nossa concepção. Nas provas reproduzia o que tinha decorado, até as mesmas palavras do texto do livro. A concepção de avaliação atualmente está mudando, mas a forma quantitativa ainda continua vigente na educação brasileira, exemplo disso é a Prova Brasil, Saeb, Enem,etc. imposta pelo MEC para quantificar a educação no nosso país, questões padronizadas para todo o país sem considerar os contextos de cada região, de cada sala de aula sem adaptar às necessidades de cada turma, mas é somente para isso que este instrumento serve? Só para quantificar o quanto o aluno aprendeu ou não? O que fazer com os dados coletados? Penso que avaliação vai muito mais além, ela deve ser um recurso para que o professor reflita sua prática a fim de melhorá-la, pois avaliação está relacionada às relações de poder, ela não é neutra; ao currículo; ao Projeto Político Pedagógico; à função social; à formação do indivíduo... por isso que ela deve ser contínua, formativa, para desenvolver o aprendizado do aluno. A avaliação formativa é uma forma de o professor conhecer melhor o aluno, através do diagnóstico da realidade do aluno, ajudando a melhorar a aprendizagem deste; interpretar as informações colhidas para verificar o que é realmente importante no processo educativo; desenvolver a troca de conhecimento entre professor e aluno e consequentemente melhorar também a qualidade do ensino do docente, pois ele adapta o processo de ensino as necessidades do aluno fazendo com este evolua na aprendizagem. Vejo avaliação como um processo dialógico, interativo, entre professor e aluno, que visa mais participação, autonomia, crítica, transformação, desenvolvimento de um indivíduo. O blog, portfólio eletrônico é um exemplo de avaliação formativa, pois o professor é apenas o mediador da construção do nosso conhecimento que postamos aqui semanalmente sobre os temas estudados e discutidos em sala.
A ilustração acima exemplifica que o aluno não é sujeito de seu conhecimento e sim objeto de avaliação, a nota é apenas uma representação simplificada de um momento do processo de aprendizagem, o que é realmente importante é o crescimento do aluno.

Fonte: ARAUJO, Ivanildo Amaro de, Construindo o portfólio eletrônico.

domingo, 31 de maio de 2009

# Sexta Aula #




Olá amigos!!!! Bem, como não recebemos as respostas do exercício reflexivo ainda não postei, mas podem esperar que logo vou colocar. rs


Enquanto isso, estamos discutindo o texto de Ana Teberosky e Núria Ribera- " Contextos de Alfabetização na aula" . O texto deixa claro que nós professores temos que estar atentos ao que os educandos, que estão chegando na escola, trazem em sua bagagem cultural, ou seja seus conhecimentos prévios, e adaptar a eles as atividades de aprendizagem nos diversos contextos. Essa forma de pensar é atual, de acordo com as autoras, mas todos e tod@s sabemos que há professores que ainda utilizam o método tradicional de alfabetização utilizando a famosa cartilha que tanto nos acompanhou em nossa alfabetização ( pelo menos a minha foi ) e que foi citada como exemplo pelo professor Ivan na aula qndo estava mediando o assunto do texto na qual vê o aluno como uma tábula rasa ou uma página em branco onde a escola deveria preenche-lo com seus conhecimentos. Essa forma de colocar o educando como sujeito de construção de seu conhecimento, onde ele é o foco do processo de ensino-aprendizagem, de acordo com as teorias construtivista de Piaget e socioconstrutivista de Vygotsky, é o que se destaca atualmente nas escolas. É fato que as crianças já chegam à escola com algum conhecimento da linguagem escrita e oral mesmo sem ter dominado formalmente essas práticas. Isso porque elas estão sempre em contato com diversos materiais impressos ao seu redor, seja em contato com um adulto ou manipulando esses materiais, pois a aprendizagem se dá na interação social. Nesse caso, a quantidade e qualidade desses materiais influenciam na aprendizagem, a idéia de que crianças oriundas de famílias com baixa renda não possuem conhecimentos é um mito, pois mesmo que não tenham livros em abundância eles fazem leituras de coisas que vêem na sua casa ou mesmo na rua. Isso não quer dizer que eles não conseguirão aprender só porque não têm fartura de literatura, eu por exemplo, só tinha um livro de história que ganhei na escola quando tinha uns 4 anos e de tanto ler ( pois minha mãe não tinha tempo e meu pai não sabia ler muito bem) já havia decorado a história, lia várias vezes e folheava o livro vendo as gravuras... depois pegava os gibis da minha amiga e ficava lendo, não tive o hábito da leitura desde a infância e nem por isso não consegui aprender. Vemos isso acontecer ainda hoje nas escolas, crianças que não têm incentivo à leitura seja em casa ou na escola e que acaba de certa maneira influenciando a aprendizagem, pois quanto mais vc ler mais vc aprende, a leitura amplia seu vocabulário e sua cognição. Por isso é importante que se cultive a cultura de leitura desde da infância, quanto mais cedo se tem a manipulação com diversos textos, mais fácil será para a criança iniciar a alfabetização. Temos um grande número de analfabetos funcionais nas escolas e também na faculdade! Como formar futuros cidadãos que nos substituirão se eles não entendem o que estão lendo? É visível a quantidade de jovens a procura de emprego e não conseguem porque não são capacitados para a função (infelizmente é a grande maioria) e o que podemos fazer para mudar esse quadro? Talvez começando pela intervenção do Estado junto com seus entes federados na construção de políticas públicas com eficiência e a formação dos docentes e futuros profissionais da educação para que eles possam mudar um pouco essa realidade que se encontra a educação no Brasil através de sua prática reflexiva, sendo um professor pesquisador.



segunda-feira, 25 de maio de 2009


Nas duas últimas aulas estamos discutindo e refletindo sobre o texto de FÁVERO, Leonor L. ANDRADE, Maria Lúcia C. V. AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 6ª Edição, São Paulo: Cortez, 2007. A atividade tem o objetivo de explorarmos os aspectos da leitura do texto, da análise crítica e reflexiva do mesmo. Esse exercício reflexivo será feito em dupla, o que é interessante, pois assim estamos exercitando nossa capacidade crítica, reflexiva, de argumentação, de escuta ao próximo, de escrita, elaboração, organização de pensamento e também a troca do conhecimento.
Após o término dessa atividade colocarei aqui as conclusões!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Refletindo sobre gênero e tipo textual

Os gêneros referem-se às diferentes formas de manifestação da linguagem (orais ou escritos) que provém de várias situações comunicativas. Estão ligados às práticas sociais, ou seja, estão no nosso cotidiano por isso que os encontramos em grande diversidade. É importante saber a diferença entre tipo e gênero para que o educador possa orientar sua prática pedagógica.
Bakhtin caracteriza a língua como atividade social, histórica e cognitiva e Marcuschi
diz que os gêneros textuais são produções culturais e históricas construídos pelo homem. Assim, os dois autores concordam que os gêneros textuais representam textos e falas que estão no nosso entorno, na sociedade.
Os tipos textuais apresentam-se como uma forma de estruturar os textos, apresentando características gramaticais como aspectos lexicais, sintático, coesão, coerência, etc. porém, vemos que dentro de um gênero aparecem vários tipos de textos, e que em todos os tipos aparecem algum gênero não existindo assim um tipo de texto somente com características de um tipo ou um gênero textual, eles se fundem e se complementam.
Lembro-me de quando estudava no ensino médio que as atividades de redação privilegiavam os tipos textuais como a narração, descrição e dissertação, atividades essas que não via muito sentido para aprender. Ainda hoje a escola ainda utiliza essa prática, mas com várias discussões de teóricos linguísticos já há uma visão diferenciada sobre o ensino de tipo e gênero textual em nossas escolas. É patente a mudança de pensamento dos docentes sobre a inserção nos diferentes níveis de ensino de gêneros textuais, demostrando que a produção de gêneros textuais são significativos para os educandos, podendo desta maneira participar de forma ativa e crítica do seu contexto social em que estão inseridos.

Referência bibliográfica: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htm

terça-feira, 12 de maio de 2009

Nome, nossa identidade!


Toda pessoa, adulto ou criança, atribui importância ao próprio nome e se interessa por aprendê-lo. Há aqueles que desenham para representar o nome porque não conhecem as letras do alfabeto, estes descobrem coisas novas observando a escrita dos nomes das outras crianças. Trabalhe freqüentemente com os nomes dos alunos, pois o nome é nossa identidade, é uma fonte de exploração sobre o sistema de escrita de quem está aprendendo a ler e escrever.

Escreva os nomes das crianças em folhas de papel ou tiras de cartolina que serão presas na parede ou no quadro, em ordem alfabética. Leve-os a fazerem a comparação:



  • Há nomes com poucas letras e há nomes com muitas letras

  • Há nomes que começam ou acabam com a mesma letra

  • Os nomes dos alunos podem ser classificados em vários grupos ou conjuntos:

    a) Nomes que começam pela mesma letra (dizer o nome das letras)
    b) Nomes que terminam pela mesma letra
    c) Nomes iguais
    d) Nomes que contêm o mesmo número de letras.

    Utilizar o alfabeto móvel também desperta o interesse da criança, além de ser uma forma lúdica de trabalhar o alfabeto e a construção das palavras.

Terceira Aula...


Nas duas últimas aulas utilizando o texto de Rosineide M. de Sousa, Processos iniciais de leitura e escrita, discutimos em grupo sobre algumas atividades que ajudarão no processo inicial de leitura e escrita nas crianças de 0 a 6 anos, onde os seguintes objetivos fossem destacados:



  • Desenvolver habilidades lingüísticas e cognitivas;

  • Desenvolver a compreensão na leitura;

  • Desenvolver a interpretação;

  • Desenvolver a memorização;

  • Comparar textos novos com textos já conhecidos;

  • Perceber os sons da língua;

  • Distinguir a pronúncia de alguns sons da língua, tais como: t/d, f/v, p/b, q/g que são muito parecidos;

  • Estimular a pronúncia clara dos sons;


  • Reconhecer a ortografia das palavras


    Dessa forma, nós educadores podemos explorar os textos a partir dos gêneros textuais que, como descrevi anteriormente, são as diversas maneiras que um texto pode se expressar, tais como: contos, fábulas, histórias em quadrinhos, rótulos de embalagens, jornal, revista, etc. que são textos totalmente diferentes na sua apresentação, e os tipos textuais que seria a forma como um texto é estruturado como por exemplo a narrativa que aparece nos contos infantis.Assim demonstramos as crianças que existem uma grande diversidade de textos e a intimidade com os diferentes tipos faz com que as crianças possam utilizá-los em sua vida escolar e social. O educador pode explorar os textos orais e criar junto com as crianças textos de histórias que elas gostem a fim de que possam perceber como ocorre a construção da linguagem, coerência e oralidade. Mas, não basta só saber classificar os textos- isso é uma narrativa, um poema, uma receita-, porém entendê-los, compreender como e por que são produzidos a fim de mais tarde ser capaz de escrevê-los. Informar para que serve cada gênero,cada forma de texto é importante, pois assim elas compreenderão o que cada texto quer comunicar e o que podem esperar de determinada leitura e depois serem capazes de produzi-los, portanto como disse Telma Weisz, se você não conhece a forma de um texto, mesmo sabendo decodificar as palavras, você não se tornará um leitor, ou seja, será um analfabeto funcional.
    A leitura em voz alta também é ponto destacado pelo texto. Essa prática favorece o entendimento de textos, que os alunos ainda não conseguem ler por falta de conhecimento do código alfabético; ajuda a entenderem que a língua escrita difere da língua oral; estimula o diálogo, as trocas de opiniões com os alunos, ampliando a compreensão dos sentidos do texto.
    Em sala, alguns colegas citaram atividades para trabalhar com as crianças no início da alfabetização. Citarei algumas atividades discutidas em grupo.

    1) A atividade sugerida serve para analisar os diversos usos da escrita na vida cotidiana; descobrir que letras e números são diferentes; comparar a grande variedade de letras (cursiva, imprensa, maiúscula e minúscula, etc.); descobrir que mesmo sem saber ler já sabem coisas sobre a escrita e provocar o desejo de saber mais.
    Tem o objetivo de desenvolver a compreensão de leitura e desenvolver habilidades lingüísticas.
    Idade: de 3 a 6 anos

    Dê um passeio com os alunos pedindo que eles olhem e tentem ler o que está escrito nos lugares. Deixe-os pensar, ouça e compare suas respostas, problematize o que pode estar escrito e depois leia para eles. Apresente diversos tipos de materiais de leitura como: revistas, livros, jornais, panfletos, embalagens, etc., sugira aos alunos para que tragam também. Peça que identifiquem o que é letra e o que é número. Esse trabalho pode ser feito em grupos. Incentive o processo de descoberta, alguns chegarão a identificar palavras iguais ou reconhecer letras repetidas. È por esse caminho que se vai descobrindo o que a escrita representa.
    Dica: pode-se organizar o “cantinho da leitura” com esses materiais.


    2) Essa atividade é para mostrar que quando se pronuncia uma palavra ( unidade sonora) aparece uma palavra escrita ( unidade gráfica) no texto. Entre duas palavras, um espaço. Ajuda a compreender que palavras são unidades da língua falada e escrita e frases são conjunto de palavras que formam sentido.
    Tem o objetivo de reconhecer a ortografia das palavras, perceber os sons da língua, desenvolver a memorização, a lingüística e o cognitivo.
    Idade: 5-6 anos

    Escrever uma poesia curta ou uma música conhecida, provérbios, frases de pára-choque de caminhão, etc., e lê-la várias vezes. Pedir que localizem palavras no texto ( deve-se apontar e falar pausadamente as palavras), depois palavras que se repetem. Contar o número de palavras por verso e o número de espaços entre elas.
    Se desejar também pode recortar as palavras em tiras e pedir para que as crianças reorganizem as frases do texto, apontar as palavras desconhecidas na música ou texto, memorizar palavras que aparecem na música.

    Fiz esta atividade no projeto de Nova Iguaçu e deu super certo!

    3) Rodas de leitura
    Idade: de 3- 6 anos
    Objetivo: desenvolver habilidades lingüísticas, cognitivas, compreensão na leitura, interpretação.

    Nas rodas o educador lê em voz alta um texto do interesse das crianças para depois comentá-lo, ou as próprias crianças podem ler se já conseguirem ter um pouco de domínio na leitura. È importante ressaltar que este é um espaço de troca de idéias, reflexões, impressões, entre as crianças e o educador, mesmo com pouca familiaridade com a escrita, pois elas possuem experiência de vida e conhecimento do mundo. È uma maneira de explorar também os gêneros e tipos textuais.

As atividades sugeridas foram retiradas de CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. Rio de Janeiro, Ática, 2005.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Tipos textuais X Gêneros textuais

O texto é uma mensagem, uma passagem falada ou escrita que forma um significado. Os textos variam conforme as intenções do autor. Em linguística ( ciência que estuda a língua), tipos textuais refere-se à estrutura que compõem os textos. Raramente um texto é construído com um só tipo,ou seja, podemos encontrar vários tipos em só texto. Os tipos texuais são: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção, informativo e poético.
  • Texto narrativo: A narração está presente quando o texto fornece informações sobre o tempo e espaço do fato e acontecimento narrado, reais ou imaginários. Além disso, é comum aparecerem nomes de pesonagens e um "clímax" em determinado momento.Há, portanto, o desenvolvimento da história, um momento de tensão, e a volta à estabilidade. Não existe texto totalmente narrativo. Quando dizemos " A mulher se aproximou da penteadeira e pegou o estojo de maquiagem", fazemos também uma descrição. Um exemplo clássico de narrativa são os contos de fada.

  • Texto Argumentativo: A argumetação está presente quando um determinado ponto de vista é defendido em um texto. São os chamados textos dissertativos. O texto procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma interpretação particular de quem o produz. A argumentação comporta três etapas: Uma tese, que enuncia ponto de vista que será objeto de demonstração; os argumentos, elementos abstratos geralmente apresentados em ordem crescente de importância e que justificam a tese; e as provas que sustentam os argumentos e que devem ser elementos concretos ( fatos ocorridos, depoimentos ou citações de intelectuais reconhecidos, fatos históricos etc).

  • Texto Expositivo: A exposição, como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.

  • Texto Descritivo: Nos textos descritivos existe a riqueza de detalhes e a constante presença de adjetivos. Representa objetos e personagens que participam do texto narrativo. A descrição é muito recorrente em diversos gêneros texuais.

  • Texto Injustivo (ou apelativo): A palavra injução significa ordem formal, imposição, exigência. Os textos injuntivos, por sua vez, são aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Nesses textos, as frases, geralmente, são no modo imperativo. Bons exemplos desse tipo de texto são as receitas e os manuais de instrução, regulamento, regras de jogo, etc.

  • Texto Informativo (ou explicativo): O texto informativo deve ter uma linguagem objetiva e não se confunde com textos de natureza artística ou literária. Procura transmitir conhecimentos e analisar um fenômeno ou uma teoria. Exemplo: texto da imprensa, relatórios técnicos ou científicos, etc.

  • Texto Poético: No texto poético, o objetivo é a própria construção da mensagem, valoriza son, ritmos e a variedade de sentidos.

Podemos encontrar todos esses tipos de textos em algumas mensagens publicitárias. É importante não confundir tipo textual com gênero textual. Os tipos aparecem em número limitado. Já os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico. O gêneros texuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais.

Os gêneros textuais refere-se às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica , do conto, vamos também identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o e-mail, e tantos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa sociedade. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc.
Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Por exemplo, uma carta pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.

Fonte: www.wikipedia.org/wiki/Tipos_textuais

MAIA, João Domingues. Português. Série Novo Ensino Médio,Volume Único, 7º Edição. Editora Ática,2000. (pg. 27 e 28)

sábado, 2 de maio de 2009

Segunda Aula!



A segunda aula foi mais tranquila, o professor já tinha esclarecido dúvidas sobre o portifólio e nos deixou menos desesperadas. Discutimos sobre o texto de Rosineide Sousa sobre os processos iniciais de leitura e escrita das crianças considerando seus conhecimentos prévios. A preocupação dos educadores e das autoridades educacionais é forma leitores, mas o que vemos são analfabetos funcionais que mal conseguem compreender o que estão lendo, mesmo com as medidas paliativas do município de reforço escolar, turma de aceleração e outros projetos para os repetentes. Por isso que é tão importante incentivar a leitura no início da educação fundamental, desde a base, na educação infantil. Devemos atentar que as crianças já têm uma leitura de mundo das suas percepções cotidiana, mesmo sem saber decodificar as palavras elas sabem que as figuras, imagens,sons e etc querem transmitir uma mensagem. Sabemos que a leitura e escrita variam conforme a classe social que cada criança pertence, por isso a escola precisa apresentar uma diversidade de textos para favorecer um mergulho no mundo da leitura e da escrita.


A leitura deve ser como um diálogo, uma construção entre leitor e autor, por isso a importância de que os leitores iniciantes tenham acesso e conheçam os gêneros textuais: carta, bilhete, reportagens, poesias, contos, fábulas, bulas de remédio, etc para que eles percebam a diferença de estrutura entre cada texto e a finalidade e intenção do autor. O professor deve explorar o texto junto com o aluno, quanto mais ele souber sobre o gênero do texto, mais ele poderá dialogar e concordar ou não com o autor, ou seja, ele estará exercitando seu pensamento crítico e as experiências anteriores de leitura ( muitos são formados na infância em famílias que tinham o hábito de contar histórias aos filhos) vão influenciar nessa capacidade de interpretar e criticar.
Se não torarmos a leitura e escrita significativa e atraente desde a alfabetização, o fracasso escolar persistirá!

Primeira Aula !!!



Depois de tantas greves e já desmotivada por está no 10º período e quase 5 anos na faculdade, confesso que fiquei surpresa ( não só eu, mas minha turma também ) com a sugestão que o prof. Ivanildo nos fez: a elaboração de um portfólio eletrônico! A novidade da atividade me deixou desesperada e assustada, porque nenhum professor antes havia tido uma idéia vamos dizer inovadora e eu não me interessava por usar a tecnologia para trabalhos acadêmicos, até porque nem sei usar muito esses recursos rs... Mas achei essa nova forma de avaliação muito interessante, pois nós professores temos que utilizar a tecnologia que está na nossa realidade e também das crianças para fins produtivos de conhecimento,cultura, reflexão e criatividade!

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Carta de Apresentação!!!



Rio, 30 de Abril de 2009.


Olá queridos amigos!!!


Meu nome é Rosemere, tenho 25 anos e estou no 10º período ( e espero que seja o último rs) do curso de Pedagogia na Uerj. Moro com meus pais e atualmente trabalhava de telemarketing, mas resolvir sair hoje para poder concluir minha graduação, fazer a monografia ( que desespero já está perto de apresentar e nem consegui fazer o primeiro capítulo e só faltam dois meses! rs) e me dedicar as matérias acadêmicas. Foi difícil tomar esta decisão... mesmo com dificuldades financeiras que sei que vou passar, dei prioridade à minha formação, já que esta será minha profissão então que seja feita com dedicação. Sempre fui uma aluna aplicada e esforçada mesmo estudando em colégio público ( que todos sabemos da precariedade neste sistema) resolvi fazer vestibular para biologia. Estudava em casa sozinha e fiz prova para Uerj, mas não passei. Desisti da área de saúde por não se encaixar no meu perfil. Decidi entrar num cursinho em Nova Iguaçu foi aí que conheci a minha amiga Gigi, estudamos juntas e decidimos optar por Pedagogia porque como todos sabem exige menor pontuação. No meu caso escolhi esta profissão por conhecer uma amiga que já lecionava por muitos anos e ela me relatou suas experiências que me deixou encantada e fez com que eu escolhece a pedagogia, na verdade acho que já está no sangue (rs), porque minhas tias e minha avó eram professoras! Sou a primeira pessoa da família a ter uma graduação, o que me deixa muito feliz por saber que pessoas de origem humilde podem ter a esperança de está na universidade é só preciso ter força e oportunidade! Que dificuldade foi iniciar e permanecer na faculdade. Ficava duas horas dentro de um ônibus para chegar em Caxias e voltar para casa em Nova Iguaçu, como entrei por cotas recebia a bolsa auxílio que não dava pra pagar a passagem no mês... mas como era por um ano perdir. Tentei bolsa de estágio interno e consegui, renovei e perdi. Aí bateu o desespero! Como iria parar a faculdade na metade? Fui chamada para participar de um projeto do município de Nova Iguaçu chamado " Escola Aberta" que era aberto à comunidade escolar e à local do bairro. Este projeto funcionava nos finais de semana e havia reforço escolar, a prefeitura concedia uma bolsa auxílio para os alunos cotistas da Uerj que residiam no mesmo município, desde que fizessemos ações voluntárias nas escolas de 20 horas mensais. Topei e encarei uma sala cheia de crianças com suas dificuldades de aprendizagem, problemas pessoais, afetivos, uma turma heterogênea de crianças de diferentes idades (de 6 a 14 anos), tive que juntar a teoria que aprendia na faculdade com a prática e adaptar as atividades e contextualizar, para que todos quisessem ficar na escola no sábado de manhã. Fiquei uns 3 anos neste projeto, adquiri experiências significativas para minha formação docente. Depois, uma de minhas amigas me chamou para participar de um grupo de pesquisa que tem uma visão diferente de formação de professores, os textos de Freud e Lacan, entre outros, foram me cativando e entrei de cabeça no grupo. A universidade abriu meus horizontes, me fez ser uma pessoa mais crítica, comunicativa... o grupo de pesquisa onde fui bolsista e que ainda participo do professor Henrique Sobreira me auxiliou e ainda me ajuda na construção da minha tese. Agora está lançado mais um desafio, a construção desse blog proposto pelo professor Ivanildo como uma experiência inovadora para nossa formação, pois estamos vivenciando na prática uma forma diferente da atual de avaliação, que irá nortear e transformar nossa prática pedagógica. Claro que não será uma tarefa fácil, já que estamos adaptados ao atual sistema avaliativo de notas, provas, relatórios... porém será importante para modificarmos nosso olhar com relação ao processo avaliativo vigente e as novas práticas de ensino-aprendizagem utilizando o nosso cotidiano, que é a tecnologia!


Um grande abraço, beijusss!!!




Ass: Rosemere

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bem Vindos!!!!

Este blog foi criado como um processo de avaliação formativa da disciplina de TAELP I (Tendências Atuais do Ensino de Língua Portuguesa) do curso de Pedagogia da FEBF/UERJ ( Faculdade de Educação da Baixada Fluminense) avaliado pelo professor Ivanildo Araújo, a fim de ampliar as discussões e a práxis através de um espaço de construção de conhecimento a partir de diálogos reflexivos, da auto-reflexão crítica pelos discentes e das trocas de experiências coletiva sobre a teoria e prática no processo de ensino-aprendizagem da língua portuguesa para crianças de 0 a 6 anos. Espero que este seja realmente um espaço de construção da ação-reflexão-ação!