sexta-feira, 24 de julho de 2009
Avaliação do Portifólio
terça-feira, 21 de julho de 2009
Considerações finais
quinta-feira, 16 de julho de 2009
terça-feira, 14 de julho de 2009
Hipóteses de Alfabetização
As formas tradicionais de tratar a educação vêem a criança como um receptor passivo de informações, transforma a alfabetização em um ato de codificar e decodificar a fala e a escrita de sílabas, palavras descontextualizadas, retirando o prazer de ler e escrever e sua função social. Atualmente essas práticas estão sendo questionadas pelas idéias de Emilia Ferreiro em uma abordagem construtivista-interacionista da aprendizagem sem dá receitas prontas. Sabemos que cada criança tem um nível cognitivo e um raciocínio lógico próprio para organizar o processo de construção do conhecimento. A criança percebe que além do desenho existe outro modo de representar e começa a fazer uso de letras, números, figuras, pauzinhos e bolinhas. Ela não compreende que a escrita representa o som das palavras e não o objeto a que o nome se refere. Essa etapa é a pré-silábica. Nesse nível a criança começa a perceber as características formais da escrita e constrói hipóteses sobre o que é necessário para escrever e que estes possam se lidos. Ela acredita que é preciso uma “quantidade mínima” de letras, ou seja, o texto que "serve para ler" deve ter no mínimo três ou quatro letras e que a palavra precisa ter várias letras diferentes com alternância- princípios de quantidade mínima e de variação interna. Na hipótese da quantidade mínima a criança conta quantos objetos aparece e representa cada letra para cada elemento.
Ex: Uma criança diz que a palavra Arara não serve para ler porque tem muito A;
Pé não dá porque falta letra;
L5OT não serve porque tem número.
OIA (gatinho)
OAI OAI OAI (gatinhos =3)
Aqui a criança escreveu três vezes a palavra gatinho porque ela contou quantos gatos tinha no desenho.
É necessário destacar que as crianças desenvolvem as hipóteses a partir de seu contato com materiais do seu entorno ou com leitores e escritores, por isso o desenvolvimento das hipóteses se dão pelos conhecimentos anteriores que as crianças possuem e que a partir disso evoluem para novas construções de conhecimento. É a tematização, onde a criança amplia seu conhecimento passando para um nível maior do que já sabe, é a transição do “saber como” para o “saber sobre”. Ela percebe que também o texto tem uma função, uma finalidade- intencionalidade comunicativa, que a escrita é um sistema simbólico e representa os nomes dos objetos e das pessoas ( hipótese do nome). O que está escrito é o que ela acredita que se pode representar por escrito, no caso os nomes, e o que se pode ler é uma interpretação que ela faz do que está escrito, ou seja, ela tem uma dimensão do todo. Quando uma criança faz uso da segmentação silábica ( ela repete várias vezes o nome que irá escrever e descobre as sílabas) já está saindo da hipótese pré-silábica para a silábica.
Na hipótese silábica, a criança através do seu contato com o cotidiano já começa mudar seus critérios, a escrita não representa o objeto a que se refere. Ela percebe que a escrita representa os sons da fala, cada letra uma sílaba oral (hipótese conceitual). Essa fase é conflituosa para criança, pois ela ainda tem o conceito de quantidade mínima e o avanço conceitual. O procedimento operatório é de correspondência um a um, ou seja, a criança faz uma correspondência quantitativa da escrita, ela conta as sílabas da palavra para saber quantas letras são necessárias para escrever. Podemos dizer que nessa fase a criança omite letra, repete sílabas, repete mais de uma sílaba para chegar ao final desejado. Depois o princípio de “quantidade mínina” anda paralelamente ao princípio de “variação interna”, na qual a criança já sabe que com uma letra não dá pra escrever e uma palavra não pode ser lida se for composta de uma mesma letra repetidas vezes. Juntamente a isso tem o valor posicional, uma mesma letra pode funcionar como a primeira letra do nome, como a última e assim por diante. É a relação entre as partes e o todo. As informações que a criança vai recebendo do exterior ocasiona perturbação que segundo Ferreiro (2007) podem ter três reações: a criança pode deixá-la de lado, pode compensá-la ou assimilá-la chegando a equilibração.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
- Tópico ou assunto: são responsáveis por manter o canal de comunicação entre os participantes do diálogo, cuidando da manutenção das relações sociais.
- Situação: seria o contexto ou o momento da conversação, ela mantém o canal de comunicação entre os participantes do diálogo. A situação pode vir a modificar a conversação, já que os participantes precisam estar atentos a atitudes verbais e não verbais.
- Os papéis sociais: É a função que o falante exerce na conversa. São os posicionamentos de acordo com a situação vivida. Em uma sala de aula, por exemplo, você irá usar termos diferentes de uma conversa de bar. Os papéis se alteram conforme os turnos deixando claro o utilização da fala de cada interlocutor, ou seja, a fala pode expressar domínio, autoritarismo, democracia etc.
- O modo do discurso: seria a formalidade ou a informalidade usada de acordo com a intenção da apresentação do discurso. Ex: Conversa entre amigos, reuniões de família seriam conversas informais, diferente de uma entrevista de emprego, onde usamos uma série de formalidades no discurso.
- O meio: seria a forma como a comunicação é transmitida. Bilhetes, e-mails, telefonemas são exemplos de diferentes meios (canais) de comunicação.
Já para Dittman (1979) é preciso que existam pelo menos dois falantes interagindo para que exista um texto falado (interação ou socialização entre os participantes, o que não implica que discordâncias ocorram). A troca continua de falantes também é necessária, pois só assim existirá diálogo (a troca de turnos entre os interlocutores possibilita, consequentemente, uma troca de idéias); a sequência de ações coordenadas (comunicação em si, onde cada fala complementaria o diálogo mantendo uma coerência) assim como um determinado tempo na fala para que as idéias sejam absorvidas pelo outro e logo após exista resposta; e por último, o envolvimento numa interação centrada (o que seria o foco assunto). O texto falado tem uma organização de idéias muito parecidas com o texto escrito.A estrutura da conversação se organiza em níveis global e local. A conversação local se organiza por turnos, onde um falante faz seu diálogo. Os interlocutores se alternam e desenvolvem suas falas em sequência podendo haver hesitação, interrupção, sobreposição, etc. Os turnos têm uma relação de continuidade, próxima de falas dos interlocutores, onde o primeiro apresenta uma situação para que o outro possa ocorrer, ou seja, uma pergunta e em seguida uma resposta.
Ex. C1: Vamos brincar?
C2: Vamos! De que?
C1: De amareli...
C2: Há não! Amarelinha não. Vamos brincar de boneca.
Já a global ao mesmo tempo em que a organização da conversação ocorre, ela é conduzida a uma organização global do tópico do discurso, podendo ampliar os turnos gerando desvios de assunto (digressão).
Ex. C1: Eu estou muito feliz.
C2: Por quê?
C1: Vou ao circo hoje com meus pais.
C2: É. Eu também já fui lá... Tem palhaço, elefante, leão...
C1: Por falar em leão, você já foi também ao zoológico?
C2: Não. Não me lembro.
C1: Qualquer dia que eu for lá de novo eu te levo.
C2: Mas, lá no circo que...
O texto falado, bem como o texto escrito, necessita de alguns fatores para constituir a textualidade: a coesão e a coerência. Segundo as autoras Fávero, Andrade e Aquino (2007) no texto conversacional a análise dos elementos de coesão deve ser feita de forma específica. Os recursos coesivos mais frequentes são a coesão referencial, recorrencial ou sequencial.
- Coesão referencial: é a repetição de uma mesma palavra, seja se referindo a algo ou alguém para que não exista repetições. Essa repetição ajuda a organização tópica.
Ex: "Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores".
"Tinha uma pedra no meio do caminho. No meio do caminho tinha uma pedra".
- Coesão recorrencial: há a presença da paráfrase (desenvolvimento do texto sem alteração da idéia original para se obter acepção, sentido).
Ex:"O Brasil. É bonito. É bonito. É bonito."
- Coesão sequencial: há uma conexão que possibilita uma sequência dentro de uma conversa entre interlocutores com conhecimento prévio do assunto abordado, mesmo em poucas palavras entre os interlocutores nos turnos.
Ex: Daniel: Ontem nós fomos jantar?
Rosa: E....
Daniel: E.... foi muito bom. Ela é muito bacana.
Rosa: Vocês estão?
Daniel: Não, nada a ver somos só amigos.
As autoras apontam quatro elementos básicos que contribuem para a estruturação do texto falado. São eles: o turno, o tópico discursivo, os marcadores conversacionais e o par adjacente.
O turno seria a produção de um falante na conversação. Ocorre alternância dos interlocutores expressando suas idéias, um fala e o outro escuta, porém ás vezes pode haver possibilidade de silencio. Qualquer intervenção de um falante pode-se considerar um turno.
Ex: C1: Olá, como você esta?
C2: Opa , tudo bem. E com você?
C1: Também estou ótimo. Mas me diga, e sua mulher já ganhou o bebê?
C2: Ahh sim, obrigado por perguntar. O bebê esta em seu quinto mês.
O tópico discursivo é o assunto do diálogo. Ele é parte estruturante da conversação, podendo ser explícito ou pressuposto. Apresenta as seguintes propriedades.
- Centração: o tópico é o conteúdo do discurso com a utilização de elementos explícitos ou inferidos onde os participantes colaboram para a interação do desenvolvimento textual.
- Organicidade: o tópico tem a relação sequencial e hierárquica dos assuntos.
- Delimitação local: o tópico é caracterizado por início, desenvolvendo e finalização, porém nem sempre é claro. Há marcadores como pausas, hesitações, perguntas, paráfrases, etc. Ex: C1: Não me diga que você já operou?
C2: Sim, operei. Ocorreu tudo bem durante a cirurgia.
C1: E o tempo de recuperação? Quanto será?
C2: Acho que daqui a um mês já posso voltar a trabalhar. Isso segundo o médico.
Os marcadores conversacionais servem para indicar elementos verbais, prosódicos e não-linguísticos no diálogo. Podem ser produzidos pelo falante e pelo ouvinte e garantem o desenvolvimento contínuo (sequência linear) do discurso, a organização hierárquica do texto a fim de obter uma coesão, auxiliando no desenvolvimento do discurso.
Os marcadores verbais têm funções estruturantes, distribucional e funcional de organização do texto. São subdivididos em marcador simples ( somente uma palavra: interjeição, advérbio, verbo, adjetivo, conjunção, pronome, etc. Ex: agora. Aí, claro, então); composto ( é objetivo com tendência à permanência. Ex: então daí, aí depois, quer dizer, etc.); e oracional ( orações apresentadas nos diversos tempos e formas verbais e de orações. Ex: eu acho que, quer dizer, etc.).
Os marcadores prosódicos abrangem entonações (ascendente, descendente, constante), pausas (curtas, médias e longas e propiciam mudança de turno), tom de voz, ritmo, velocidade, alongamentos de vogais, etc. São de origem linguística, mas não verbal apenas se junta a algum marcador verbal.
O Par adjacente é o elemento da interação. Ele organiza, controla as ligações das ações e pode ser o introdutor do tópico do discurso já que estão relacionados. Eles formam uma espécie de dobradinha na conversação (pergunta/resposta, pedido/concordância ou recusa, convite/ aceitação ou recusa etc). Segundo Fávero, "par adjacente e tópico discursivo estão intimamente relacionados, na medida em que a conversação se organiza por meio de tópicos e estes podem se estabelecer através de pares adjacentes". (p. 50) Assim, quando levando em consideração a "dobradinha" pergunta e resposta perceberemos que estas não funcionam aleatoriamente e podem ser utilizadas como: Introdução de tópico (Começar a conversa ou um supertópico); Continuidade de tópico (sequencia da conversa, que também pode ocorrer para pedir informação, confirmação ou esclarecimento, por exemplo); Redirecionamento do tópico (Quando se percebe uma digressão, uma pergunta pode fazer com que se volte ao assunto anteriormente discutido); Mudança de tópico (A pergunta como instrumento para a troca de um assunto que já possa ter se esgotado).
O objetivo deste texto é apresentar ao leitor as principais questões da oralidade e da escrita, oferecendo-lhe o conhecimento atual sobre o assunto e sua aplicabilidade em sala de aula. Trata-se de um auxiliar precioso para todos os que se interessam pelo campo da linguagem verbal.
sábado, 20 de junho de 2009
Alfabetização Oral Sociolinguística
terça-feira, 9 de junho de 2009
Contextos de Alfabetização
Oi amigos! Vou complementar a postagem da sexta aula sobre quais seriam os contextos de alfabetização em sala de aula para que vocês possam entender melhor como seriam trabalhados esses contextos. Segundo as autoras os contextos são os seguintes:
Manipular e olhar os textos: Que podem ser jornais, livros, cartas, rótulos. etc. e de relação entre ações e objetos, pois os textos têm função social, por exemplo, livros com ilustrações são para olhar e ler; dicionários são para consulta de palavras e significados; cartas são para ler e serem respondidas; etc. Assim, as crianças verão que não há apenas conteúdo e que eles podem se apropriar dos objetos de leitura produzindo também textos, já que eles irão verificar as diferenças entre eles.
- Observar as ações dos adultos: Olhar um livro com ilustrações; consultar o jornal para saber a programação da TV; a agenda telefônica; o manual de montagem de um aparelho; enciclopédias; livros de contos; quadrinhos; etc. O adulto pode explorar os elementos da ilustração questionando-a, além de criar o hábito da leitura, a criança trabalha a inferência, análise, a interpretação( cor, texturas, tamanho, posição, etc.) e compreensão do texto. Assim a criança percebe que a escrita é um processo de interação com o outro e o professor é o mediador desse processo.
- Escultar a leitura em voz alta feita pelo adulto: Favorece atividades participativas através do diálogo, isto propicia à aprendizagem além de aumentar o vocabulário. Devemos também usar essas novas palavras no dia-a-dia da criança tanto na escola como em casa para que ela insira de maneira significativa a nova palavra no seu vocabulário.
- Escrever em "voz alta", ditando ao professor: O professor ou os pais servem de "escriba" para a criança produzir textos, participar da produção, já que ela sabe as diferenças entre a linguagem escrita e oral antes de se apropriar da leitura e escrita, poder também expressar seus pensamentos, sentimentos, analisar a linguagem que utilizam. O professor pode fazer perguntas sobre o conteúdo da mensagem, na grafia e grafema, organização do texto, direção da esquerda para a direita, espaço entre as palavras, pontuação, etc. É importante que o professor também escreva histórias pois mostra a funcionalidade da escrita e incentiva as crianças a serem tabém escritoras.
- De perguntar e receber respostas: Instiga as crianças a obterem informação, elaborar compreensão do que é lido, resolver dúvidas e raciocinar sobre escrita.
- De suas próprias ações de escrever: imitar a leitura, produzir sua própria escrita e aprendizagem a partir da leitura e da sua própria escrita. Os docentes devem confrontar a criança com a sua escrita, levá-la a pensar se uma palavra pode-se escrever de duas maneiras diferentes, etc.
- De produzir textos longos: produzir textos que escutaram ou memorizaram e não apenas palavras e listas de palavras.
Esses contextos que os docentes podem exercitar em sala de aula podem fazer da alfabetização uma aprendizagem mais participativa, onde as crianças possam perceber que a leitura e a escrita fazem parte de seu cotidiano e se apropriarem dela com mais sentido.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Avaliação sobre as aulas
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Avaliação Formativa
domingo, 31 de maio de 2009
# Sexta Aula #
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Após o término dessa atividade colocarei aqui as conclusões!
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Refletindo sobre gênero e tipo textual
Bakhtin caracteriza a língua como atividade social, histórica e cognitiva e Marcuschi
diz que os gêneros textuais são produções culturais e históricas construídos pelo homem. Assim, os dois autores concordam que os gêneros textuais representam textos e falas que estão no nosso entorno, na sociedade.
Os tipos textuais apresentam-se como uma forma de estruturar os textos, apresentando características gramaticais como aspectos lexicais, sintático, coesão, coerência, etc. porém, vemos que dentro de um gênero aparecem vários tipos de textos, e que em todos os tipos aparecem algum gênero não existindo assim um tipo de texto somente com características de um tipo ou um gênero textual, eles se fundem e se complementam.
Lembro-me de quando estudava no ensino médio que as atividades de redação privilegiavam os tipos textuais como a narração, descrição e dissertação, atividades essas que não via muito sentido para aprender. Ainda hoje a escola ainda utiliza essa prática, mas com várias discussões de teóricos linguísticos já há uma visão diferenciada sobre o ensino de tipo e gênero textual em nossas escolas. É patente a mudança de pensamento dos docentes sobre a inserção nos diferentes níveis de ensino de gêneros textuais, demostrando que a produção de gêneros textuais são significativos para os educandos, podendo desta maneira participar de forma ativa e crítica do seu contexto social em que estão inseridos.
Referência bibliográfica: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/g00003.htm
terça-feira, 12 de maio de 2009
Nome, nossa identidade!
Toda pessoa, adulto ou criança, atribui importância ao próprio nome e se interessa por aprendê-lo. Há aqueles que desenham para representar o nome porque não conhecem as letras do alfabeto, estes descobrem coisas novas observando a escrita dos nomes das outras crianças. Trabalhe freqüentemente com os nomes dos alunos, pois o nome é nossa identidade, é uma fonte de exploração sobre o sistema de escrita de quem está aprendendo a ler e escrever.
Escreva os nomes das crianças em folhas de papel ou tiras de cartolina que serão presas na parede ou no quadro, em ordem alfabética. Leve-os a fazerem a comparação:
- Há nomes com poucas letras e há nomes com muitas letras
- Há nomes que começam ou acabam com a mesma letra
- Os nomes dos alunos podem ser classificados em vários grupos ou conjuntos:
a) Nomes que começam pela mesma letra (dizer o nome das letras)
b) Nomes que terminam pela mesma letra
c) Nomes iguais
d) Nomes que contêm o mesmo número de letras.
Utilizar o alfabeto móvel também desperta o interesse da criança, além de ser uma forma lúdica de trabalhar o alfabeto e a construção das palavras.
Terceira Aula...
Nas duas últimas aulas utilizando o texto de Rosineide M. de Sousa, Processos iniciais de leitura e escrita, discutimos em grupo sobre algumas atividades que ajudarão no processo inicial de leitura e escrita nas crianças de 0 a 6 anos, onde os seguintes objetivos fossem destacados:
- Desenvolver habilidades lingüísticas e cognitivas;
- Desenvolver a compreensão na leitura;
- Desenvolver a interpretação;
- Desenvolver a memorização;
- Comparar textos novos com textos já conhecidos;
- Perceber os sons da língua;
- Distinguir a pronúncia de alguns sons da língua, tais como: t/d, f/v, p/b, q/g que são muito parecidos;
- Estimular a pronúncia clara dos sons;
- Reconhecer a ortografia das palavras
Dessa forma, nós educadores podemos explorar os textos a partir dos gêneros textuais que, como descrevi anteriormente, são as diversas maneiras que um texto pode se expressar, tais como: contos, fábulas, histórias em quadrinhos, rótulos de embalagens, jornal, revista, etc. que são textos totalmente diferentes na sua apresentação, e os tipos textuais que seria a forma como um texto é estruturado como por exemplo a narrativa que aparece nos contos infantis.Assim demonstramos as crianças que existem uma grande diversidade de textos e a intimidade com os diferentes tipos faz com que as crianças possam utilizá-los em sua vida escolar e social. O educador pode explorar os textos orais e criar junto com as crianças textos de histórias que elas gostem a fim de que possam perceber como ocorre a construção da linguagem, coerência e oralidade. Mas, não basta só saber classificar os textos- isso é uma narrativa, um poema, uma receita-, porém entendê-los, compreender como e por que são produzidos a fim de mais tarde ser capaz de escrevê-los. Informar para que serve cada gênero,cada forma de texto é importante, pois assim elas compreenderão o que cada texto quer comunicar e o que podem esperar de determinada leitura e depois serem capazes de produzi-los, portanto como disse Telma Weisz, se você não conhece a forma de um texto, mesmo sabendo decodificar as palavras, você não se tornará um leitor, ou seja, será um analfabeto funcional.
A leitura em voz alta também é ponto destacado pelo texto. Essa prática favorece o entendimento de textos, que os alunos ainda não conseguem ler por falta de conhecimento do código alfabético; ajuda a entenderem que a língua escrita difere da língua oral; estimula o diálogo, as trocas de opiniões com os alunos, ampliando a compreensão dos sentidos do texto.
Em sala, alguns colegas citaram atividades para trabalhar com as crianças no início da alfabetização. Citarei algumas atividades discutidas em grupo.
1) A atividade sugerida serve para analisar os diversos usos da escrita na vida cotidiana; descobrir que letras e números são diferentes; comparar a grande variedade de letras (cursiva, imprensa, maiúscula e minúscula, etc.); descobrir que mesmo sem saber ler já sabem coisas sobre a escrita e provocar o desejo de saber mais.
Tem o objetivo de desenvolver a compreensão de leitura e desenvolver habilidades lingüísticas.
Idade: de 3 a 6 anos
Dê um passeio com os alunos pedindo que eles olhem e tentem ler o que está escrito nos lugares. Deixe-os pensar, ouça e compare suas respostas, problematize o que pode estar escrito e depois leia para eles. Apresente diversos tipos de materiais de leitura como: revistas, livros, jornais, panfletos, embalagens, etc., sugira aos alunos para que tragam também. Peça que identifiquem o que é letra e o que é número. Esse trabalho pode ser feito em grupos. Incentive o processo de descoberta, alguns chegarão a identificar palavras iguais ou reconhecer letras repetidas. È por esse caminho que se vai descobrindo o que a escrita representa.
Dica: pode-se organizar o “cantinho da leitura” com esses materiais.
2) Essa atividade é para mostrar que quando se pronuncia uma palavra ( unidade sonora) aparece uma palavra escrita ( unidade gráfica) no texto. Entre duas palavras, um espaço. Ajuda a compreender que palavras são unidades da língua falada e escrita e frases são conjunto de palavras que formam sentido.
Tem o objetivo de reconhecer a ortografia das palavras, perceber os sons da língua, desenvolver a memorização, a lingüística e o cognitivo.
Idade: 5-6 anos
Escrever uma poesia curta ou uma música conhecida, provérbios, frases de pára-choque de caminhão, etc., e lê-la várias vezes. Pedir que localizem palavras no texto ( deve-se apontar e falar pausadamente as palavras), depois palavras que se repetem. Contar o número de palavras por verso e o número de espaços entre elas.
Se desejar também pode recortar as palavras em tiras e pedir para que as crianças reorganizem as frases do texto, apontar as palavras desconhecidas na música ou texto, memorizar palavras que aparecem na música.
Fiz esta atividade no projeto de Nova Iguaçu e deu super certo!
3) Rodas de leitura
Idade: de 3- 6 anos
Objetivo: desenvolver habilidades lingüísticas, cognitivas, compreensão na leitura, interpretação.
Nas rodas o educador lê em voz alta um texto do interesse das crianças para depois comentá-lo, ou as próprias crianças podem ler se já conseguirem ter um pouco de domínio na leitura. È importante ressaltar que este é um espaço de troca de idéias, reflexões, impressões, entre as crianças e o educador, mesmo com pouca familiaridade com a escrita, pois elas possuem experiência de vida e conhecimento do mundo. È uma maneira de explorar também os gêneros e tipos textuais.
As atividades sugeridas foram retiradas de CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. Rio de Janeiro, Ática, 2005.
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Tipos textuais X Gêneros textuais
- Texto narrativo: A narração está presente quando o texto fornece informações sobre o tempo e espaço do fato e acontecimento narrado, reais ou imaginários. Além disso, é comum aparecerem nomes de pesonagens e um "clímax" em determinado momento.Há, portanto, o desenvolvimento da história, um momento de tensão, e a volta à estabilidade. Não existe texto totalmente narrativo. Quando dizemos " A mulher se aproximou da penteadeira e pegou o estojo de maquiagem", fazemos também uma descrição. Um exemplo clássico de narrativa são os contos de fada.
- Texto Argumentativo: A argumetação está presente quando um determinado ponto de vista é defendido em um texto. São os chamados textos dissertativos. O texto procura convencer, propondo ou impondo ao receptor uma interpretação particular de quem o produz. A argumentação comporta três etapas: Uma tese, que enuncia ponto de vista que será objeto de demonstração; os argumentos, elementos abstratos geralmente apresentados em ordem crescente de importância e que justificam a tese; e as provas que sustentam os argumentos e que devem ser elementos concretos ( fatos ocorridos, depoimentos ou citações de intelectuais reconhecidos, fatos históricos etc).
- Texto Expositivo: A exposição, como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma determinada situação.
- Texto Descritivo: Nos textos descritivos existe a riqueza de detalhes e a constante presença de adjetivos. Representa objetos e personagens que participam do texto narrativo. A descrição é muito recorrente em diversos gêneros texuais.
- Texto Injustivo (ou apelativo): A palavra injução significa ordem formal, imposição, exigência. Os textos injuntivos, por sua vez, são aqueles que indicam procedimentos a serem realizados. Nesses textos, as frases, geralmente, são no modo imperativo. Bons exemplos desse tipo de texto são as receitas e os manuais de instrução, regulamento, regras de jogo, etc.
- Texto Informativo (ou explicativo): O texto informativo deve ter uma linguagem objetiva e não se confunde com textos de natureza artística ou literária. Procura transmitir conhecimentos e analisar um fenômeno ou uma teoria. Exemplo: texto da imprensa, relatórios técnicos ou científicos, etc.
- Texto Poético: No texto poético, o objetivo é a própria construção da mensagem, valoriza son, ritmos e a variedade de sentidos.
Podemos encontrar todos esses tipos de textos em algumas mensagens publicitárias. É importante não confundir tipo textual com gênero textual. Os tipos aparecem em número limitado. Já os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento histórico. O gêneros texuais, portanto, são diretamente ligados às práticas sociais.
Os gêneros textuais refere-se às diferentes formas de expressão textual. Nos estudos da Literatura, temos, por exemplo, poesia, crônicas, contos, prosa, etc. Para a Linguística, os gêneros textuais englobam estes e todos os textos produzidos por usuários de uma língua. Assim, ao lado da crônica , do conto, vamos também identificar a carta pessoal, a conversa telefônica, o e-mail, e tantos outros exemplares de gêneros que circulam em nossa sociedade. Alguns exemplos de gêneros textuais são carta, bilhete, aula, conferência, e-mail, artigos, entrevistas, discurso etc.
Assim, um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual. Por exemplo, uma carta pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
Fonte: www.wikipedia.org/wiki/Tipos_textuais
MAIA, João Domingues. Português. Série Novo Ensino Médio,Volume Único, 7º Edição. Editora Ática,2000. (pg. 27 e 28)